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António provoca Trump

O presidente norte-americano não está satisfeito com o pedido de desculpas do New York Times pela publicação do polémico cartoon português. O autor já veio explicar o que pretendia representar.

 

Donald Trump, de kipá na cabeça e óculos escuros, como um cego, leva pela trela um cão com a cara do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. É um cartoon, mas o presidente norte-americano não achou piada.

 
 

O desenho do cartoonista do Jornal Expresso António foi publicado pelo New York Times na última quinta-feira, sem qualquer crédito ao autor português, e desde aí tem sido alvo de polémica nos Estados Unidos.

Donald Trump exige agora que lhe seja feito um pedido de desculpas e acusa o jornal de ter descido ao nível mais baixo do jornalismo.

 
 

“O New York Times pediu desculpas pelo terrível cartoon antissemita, mas não me pediram desculpas por isto e por todas as notícias falsas e corruptas que publicam diariamente. Atingiram o nível mais baixo do “jornalismo” e, certamente, um ponto baixo na história do The New York Times”, escreveu no Twitter.

Isto depois de Donald Trump Jr. ter dado força às acusações de que o cartoon era antissemita. “Repugnante. Não tenho palavras para o antissemitismo flagrante aqui em exibição”, escreveu o filho do presidente no Twitter.

 

Em declarações ao Expresso , o cartoonista António rejeita as críticas de antissemitismo. O desenho “é uma crítica à política de Israel, que tem uma conduta criminosa na Palestina, ao arrepio da ONU, e não aos judeus”, justificou.

“A política de Benjamin Netanyahu, quer pela aproximação de eleições, quer por estar protegido por Donald Trump, que mudou a embaixada para Jerusalém reconhecendo a cidade como capital, e que permitiu primeiro a anexação dos Montes Golã e depois da Cisjordânia e mais anexações na Faixa de Gaza, o que significa um enterro do Acordo de Oslo, representa um aumento da violência verbal, física e política. É uma política cega que ignora os interesses dos palestinianos. E Donald Trump é um cego que vai atrás”, explicou.

 

Já sobre a inclusão da estrela de David, o autor disse que servia apenas para ajudar os leitores a identificar Benjamin Netanyahu, figura que considera ser pouco conhecida em Portugal, onde o cartoon foi originalmente publicado, no jornal Expresso, no dia 19 de abril.

O Expresso emitiu um esclarecimento sobre o cartoon, entendendo “que o mesmo não inclui, nem propaga, qualquer mensagem antissemita”, enquanto o New York Times publicou um pedido de desculpas. “A imagem era ofensiva, foi um erro de julgamento publicá-la”, lamentou o jornal.

 

Esta não é a primeira polémica além-fronteiras de António. Em 1992 o cartoonista publicou um desenho que que mostrava o Papa João Paulo II com um preservativo no nariz que fez correr muita tinta.

IN: TSF/Carolina Rico

Foto: António

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