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Aspeto físico é a principal causa de agressão nas escolas

Um estudo da Universidade do Minho revela que entre 25% a 42% dos alunos do ensino básico e secundário já viram os colegas a serem insultados. A aparência física, a orientação sexual e o rendimento escolar são as principais causas de discriminação. Esta é uma das conclusões do projeto “Políticas, Governação e Administração na Educação: Democracia, Territórios e Desigualdades”, apresentado esta sexta-feira, dia 31, às 9h30, no auditório B2 do campus de Gualtar, em Braga.

 

No âmbito desta investigação, realizada de 2013 a 2016, foram inquiridos 739 estudantes de quatro escolas dos distritos de Braga e Faro, com o objetivo de conhecer as causas, as perceções e os efeitos da discriminação e, assim, atuar de forma mais eficaz. Os resultados destacam mais episódios de violência nas escolas do Sul do país, onde 42% dos alunos já viram os colegas a serem insultados, contra 25% no Norte. A percentagem diminui de forma acentuada quando os próprios afirmam ter sido agredidos verbal e fisicamente: 4,7% em Braga e 13.5% em Faro.

 
 

“Ser gordo” é a primeira causa de discriminação apontada pelos inquiridos, seguindo-se a dimensão das mãos, dos pés, do nariz, das pernas e dos braços. Ser tímido, nerd ou apresentar dificuldades de aprendizagem, ser gay ou lésbica, não usar “roupa de marca” ou ter “sotaque” são outros dos motivos destacados, realça a equipa do Centro de Investigação em Educação da UMinho.

 

 
 

 

 

Os 18 cientistas envolvidos no estudo alertam para a naturalização cada vez maior da discriminação em contexto escolar. Por exemplo, expressões como “sim, mas é a brincar!” surgiram frequentemente nos discursos dos alunos. “Assiste-se a uma banalização do tratamento discriminatório, com a consequente falta de atenção prestada ao fenómeno, quer pelos colegas, quer pelos docentes e auxiliares”, reforçam. E acrescentam: “A maioria considera que os agressores são os mais populares na escola porque ‘todos gostam de estar do lado do poder’. Não deixa de ser uma afirmação reveladora”.

Os dados deste projeto alargado serão debatidos amanhã, dia 31, das 9h30 às 18h00. Prevêem-se as intervenções de duas dezenas de especialistas, incluindo as deputadas Joana Mortágua (BE) e Ilda Araújo Novo (CDS/PP), que fazem parte da Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, além de Jorge Saleiro (Associação Nacional de Dirigentes Escolares), Graça Moura (Federação Nacional da Educação) e Abel Macedo (Federação Nacional de Professores).

 

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